Sailor Moon Vol. 4

Review do mangá da JBC

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O que dizer de Sailor Moon 4? Está… está… uma delicinha cremosa, daquelas que a gente se perde na leitura e o tempo passa, passa, passa. E aí, quando se dá conta, já está tarde e tem que acordar cedo no dia seguinte (Usa-chan feelings). Tempo: esse é o grande tema e trunfo dessa edição, porque revela os pormenores do segundo arco, que foi tão mal explorado no anime, com um enredo que vai além de crianças chatas, ovnis, abduções e inimigos extraterrestres.

Usagi, Mako e Mina estão desamparadas com o sequestro de Ami e Rei e começam a investigar a fundo os estranhos acontecimentos alienígenas que estão ocorrendo pelo país. A linda Jupiter é a terceira vítima, após uma eletrizante batalha contra Petz, e o cerco se fecha mais quando V-chan quase cai em mãos namekusei, mas é salva por Sailor Moon.

A suspeita para desvendar todo o mistério por trás dos ataques e o paradeiro das guerreiras é a menina de cabelos cor-de-rosa, que tem uma estranha ligação com Mamoru. Ligação tamanha que desperta mais uma faceta de Usagi, que se sente ameaçada, sofre por ciúmes e extravasa esse sentimento em cenas tão duras que o leitor até se pergunta: essa é aquela loirinha que tem o coração aberto para todos? Sim, e está mais humana do que nunca (mesmo sendo doentio da parte dela achar que Mamo-chan tem algo com uma criança, vai). Uma dessas cenas leva a protagonista e seu amado a uma das melhores de romance já desenhadas na série, quando ele declara seu amor incondicional e os dois fazem sékisso gostoso no chão da cozinha. Errrgh, a gente já falou sobre isso uma vez!

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Sob novos ataques, a acoada Chibiusa finalmente revela ter vindo do FUTURO e que precisa da ajuda do Cristal de Prata do passado para salvar sua mãe. E aí as coisas ficam interessantes de verdade, pois Moon, Venus e Tuxedo Mask acompanham-na em uma viagem no tempo e encontram a misteriosa guardiã, Sailor Pluto. Ao abrir o mangá, é sua a primeira imagem colorida (Au! Au! XP), o que mostra claramente que é ela a estrela do volume. Então, é óbvio que para qualquer fã babão, todas as páginas com Pluto deveriam estar impecáveis. No entanto, ninguém poderia imaginar a adaptação de Dead Scream para “Clamor Mortal”, ao invés de “Grito Mortal”, que é totalmente fiel ao ataque original e um dos poucos legados positivos da dublagem da BKS. Not cool, JBC, not cool!

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Depois de nos encantarmos brevemente com a única sobrevivente do Milênio de Prata e única amiga de Chibiusa, Pluto ajuda o pessoal a chegar em Tóquio Cristal (Crystal Tokyo), no século 30, onde os viajantes passam por diversos obstáculos para descobrir a surpreendente verdade por trás de todos os mistérios que envolvem essa menina, seus pais, os motivos do clã Black Moon e o futuro da Terra. O inusitado trio formado pela líder, a princesa-guerreira e o príncipe não-tão-mais-impotente salta aos olhos ao longo de todas as páginas e a gente nem se lembra tanto das outras sailors. Infelizmente, o volume acaba com Sailor Moon sendo raptada por Príncipe Demand e com Chibiusa se encontrando com o verdadeiro perigo.

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Com certeza o ponto forte da edição da JBC continua sendo a impressão. Papel de ótima qualidade, imagens coloridas, capa com uma impressão impecável e que destaca os raios que envolvem Sailor Jupiter, ficando mais bonita que a japonesa. Se a qualidade de impressão se manteve perfeita como nos outros volumes, a tradução e a adaptação continuaram a pecar. Virou uma salada de frutas. Assim como aconteceu nas edições anteriores, alguns termos foram adaptados para o português, enquanto outros foram misteriosamente mantidos no original, sem um aparente critério da escolha entre uma situação e outra. Afinal, se a Usagi tem que gritar: “Auréola da Princesa Lunar” (que na última edição foi Halo da Princesa Lunar), por que o Tuxedo Mask é exceção e pode usar seu ataque “Tuxedo La Smoking Bomber”? Só porque ele estuda pra passar em Medicina e é riquinho? (AHAHA)

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Quem conhece a JBC sabe que eles são favoráveis à tradução e adaptação dos termos dos títulos que trabalham. Mas, no caso de Sailor Moon, percebe-se que começaram a meter os pés pelas mãos. Ao optarem pela adaptação total do volume 1, se esqueceram que, nos volumes posteriores, principalmente no que diz respeito aos ataques, os termos se tornam cada vez mais difíceis (Naoko não sabe inglês =P). A consequência disso é a misturança de termos que começou no volume 3 e parece estar se agravando. Ora são traduzidos fielmente ao que é dito, quase de forma literal, ora são adaptados de forma idêntica à dublagem. Agora, no volume 4, ou os termos foram traduzidos quando são fáceis ou foram mantidos no original, quando a adaptação se tornou praticamente impossível.

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Mas não pense que é só na atmosfera dos ataques que encontramos incoerências nos critérios de adaptação. Os nomes dos personagens também sofreram com essa confusão. Por exemplo, Small Lady, nome real de Chibiusa, foi mantido no original. Mas, pelas barbas do profeta, traduziram Neo Queen Serenity para Nova Rainha Serenity e Crystal Tokyo para Tóquio Cristal. Alguém encontrou a coerência por aí, produção?

Parece que está na hora da JBC colocar um revisor geral para acompanhar essas questões de perto, afim de manter um padrão entre as edições. De 3 opções, basta a editora optar por uma: adaptar tudo igual à dublagem; definir por ela mesma TODOS os termos, mantendo sua linha de tradução; ou arriscar a manter tudo no original, levando-se em conta que apenas 1/3 dos volumes foram lançados.

Tirando isso, o mangá continua lindo! E cá estamos nós, ansiosos para o próximo!

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