5 de outubro de 2012
Live Round! #2 – A princesa e a vilã
Estamos na época de mais uma coluna Live Round! Hoje vou fazer um comparativo um tanto quanto diferente: Beryl e Serenity. Por que elas são tão diferentes e tão iguais?
Atenção: Se você não viu o Live Action, pare por aqui, porque essa coluna contém spoilers. Se já viu, vamos lá!
Amor, aquele sentimento que move montanhas e que, como já diria Camões, é fogo que arde sem se ver. Grandes guerras foram travadas por causa dele. E esta é apenas mais uma entre tantas.
Serenity é calma, amável, linda, sorridente e feliz. Beryl é triste e visionária. Ambas, apesar de tão diferentes, tinham algo em comum. Um amor proibido pelo príncipe da Terra, Endymion. Este, por sua vez, correspondia aos sentimentos da bela princesa lunar e como casal eles eram muito felizes em sua redoma. Mas para a vingativa Beryl apenas ver seu amado contente não seria o suficiente. Sua obsessão por Endymion beirava a loucura e se ela não podia tê-lo, ninguém o teria. Por isso, decidiu matar sua rival. Ela só não contava que seu amado se atiraria na frente do ataque para salvá-la e que nesse momento o também muito grande e sem limites amor de Serenity a faria atingir a loucura, destruindo o mundo com o poder do Cristal de Prata.
Os anos passaram e todos os envolvidos naquela tragédia renasceram nesse mundo. Isso inclui os personagens desse trágico triângulo amoroso: Endymion, Serenity e Beryl. Depois de muito lutar para conseguir viver novamente o amor do passado, Usagi e Mamoru ficam juntos até que Beryl arma um plano para, chantageando-o, separá-los. É nesse momento que a princesa dentro de Usagi se manifesta.
Assim como para Beryl, os anos não fizeram bem à Serenity e seu amor tornou-se uma obsessão. Viver sem seu príncipe era uma tortura tão grande que ela preferia acabar com o mundo inteiro a perdê-lo. Conhecemos um novo lado dela, uma princesa mimada, egoísta e louca. Seriam Serenity e Beryl assim tão diferentes?
Imagine assistir de camarote seu amor morrendo para salvar sua vida. Depois, numa nova oportunidade, lutar bravamente e reconquistar seu amor. Agora imagine perder seu amor, pois ele preferiu salvar a vida da maior rival e logo mais reviver o momento dele escolhendo a outra. Beryl não poderia permitir ser passada para trás de novo e ela fez até o impossível para garantir que Endymion tivesse olhos só para ela. Mas nada disso surtiu efeito e, por isso, acabou sendo derrotada.
Já para Serenity, a gota da água foi perder Endymion e se ver obrigada a matá-lo. Mais uma vez desiludida de amor, a princesa resolveu seguir seu destino, desiste de lutar e se tornar a própria destruição.
É nesse ponto que a diferença entre as duas aparece perfeitamente. Enquanto Beryl continuou tentando, mesmo que por vezes tenha utilizado de artifícios não tão bons para conseguir o que queria, Serenity agiu como se o seu time de futebol estivesse perdendo e ela fosse a dona da bola, pegando-a e saindo andando. Quando Beryl a chama de “menininha”, não é infundado, e sim baseado no lado infantil e desequilibrado da princesa, que sem alguém para guiá-la (já que quem supria essa vaga já não estava mais presente), acabou agindo sem pensar, seguindo seus traumas.
Serenity, desiludida, sem esperanças, magoada. Beryl, desiludida, sem esperanças, magoada. Exatamente iguais e assombradas por um amor e suas perdas. Então porque crucificá-las? Porque pintar as duas como vilãs ou heroínas? Apesar de lutarem em lados opostos, quem poderia culpá-las?
A princesa não era uma vilã, mas sim uma pessoa muito mimada, egoísta e perdida. Mesmo que suas ações correspondam à de uma pessoa vingativa, sofrida e um pouco insana, apesar de ter destruído o mundo, ela se arrependeu do que fez e, em nome desse arrependimento, conseguiu salvar a todos.
Já a ruiva taxada de maligna, se pudesse, também teria salvado a todos, pois seu real objetivo não era a destruição ou se tornar uma rainha, mas sim conquistar aquele por quem sempre fora apaixonada.
Créditos das imagens, Lady Dinamitez, Kirari-PGSM.Net, Arquivo pessoal
De fato… A princesa no PGSM foi a grande vilã. Usagi desistiu de seu amor pelo planeta e por suas amigas mas a princesa só pensava nela mesma… Egoísta, desiquilibrada e com instinto assassino… Mas quem somos nós pra julgar né?? Kkkkk Como abordado no início do artigo… Amor, amor, oh desgraçado sentimento destrutivo… Até senti pena da rainha Beryl agora!!!
Cara, é por isso que eu amo PGSM *–*
Eles conseguiram transformar a já história do mangá, que já era ótima, em uma trama simplesmente surpreendente, trabalhando melhor as personalidades e os sentimentos das personagens.
Não há um lado do bem ou do mal; cada um age de acordo com suas motivações. E quem não ficou com pena da Beryl e do Jadeite na cena final? Eu fiquei ;—;
Parabéns Makoto, pelo ótimo texto!
me deu até medo,sem zoeira…
Live Action ^-^
amei essa matéria…acho bem engraçado, mas as pessoas nunca param pra analisar os lados…no final não existe bem e mal, mas sim lados…se a Princess fez esse estrago todo, IMAGINA se fosse ela q não fosse a correspondida da historia..o mundo nem ia existir mais xDDDDDDDDDDD
Incrível! Mas que grande observação, estou admirada com esses detalhes que ninguém percebe ou vê na estória, parabéns Makoto!
Muito interessante, mas não concordo. Quem começou tudo foi a Beryl. Amor não correspondido pode acontecer com qualquer um, é um risco que nós corremos só por estarmos vivos. Mas nós não temos nenhum direito de tentar destruir a felicidade dos outros porque nós não fomos correspondidas e sofremos. As opções lógicas são seguir em frente ou sofrer pro resto da vida, e não sair matando as pessoas. Para mim ela é a vilã. O Endymion tinha o direito de escolher entre as duas ou entre qualquer outra e daí? elas iam matar juntas todas as outras mulheres do mundo? Ou ele ia ser obrigado a ficar com ela pra ela ser feliz e sossegar…
Muito interessante o texto,parabéns.
Apesar de concordar com o texto acima tanto Serenity quanto a Beryll enlouqueceram com a perda de Endymion mas, na minha opinião acho que se Endymion escolheu Serenity para amar, Beryll não tinha que ter ido matar a rival por isso.[ se bem que existe pessoas assim na vida real ] Era apenas olhar pra frente pois um amor cura o outro.